segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Produto para exportação
Não acredito que nossos jogadores desaprenderam a essência do futebol brasileiro, marcado pela criatividade, ginga e malandragem, ou simplesmente resumindo, o nosso FUTEBOL ARTE. O que mudou foi o propósito deles. O jogador brasileiro deixou de se divertir jogando para focar no objetivo que menos se relaciona com o futebol em sua essência: o DINHEIRO. Faça a comparação: as crianças, na época que Zico brilhava e dava show com a camisa do Flamengo, diziam que queriam jogar como ele não para ganhar dinheiro, mas porque era um craque e ídolo da torcida. E assim era com as que se espelhavam em Sócrates, Falcão, Jorge Mendonça, entre outros. Existia alí a relação entre o jogador e a camisa do clube, o herói vestido nas cores do time preferido. Hoje, essa relação entre jogador e time, o ídolo/herói criado pelo tempo que se defende uma camisa pouco existe no futebol brasileiro. Salvo as excessões de Rogério Ceni, no São Paulo e Marcos, no Palmeiras, fica difícil ou até impossível citar outros contandos nos dedos de uma mão. E a ouvir de uma criança de hoje qual o seu objetivo em querer ser um jogador de futebol, uma das respostas, com certeza, é jogar na Europa e ganhar muito dinheiro como Ronaldo, Robinho, Ronaldinho e afins. O que se percebe é que em nossas bases nossos jogadores do futuro não estão sendo preparados para o futebol arte, o futebol que nós brasileiros gostaríamos sempre de ver, mas para o futebol metódico, baseado em esquemas táticos. Não no improviso e na criatividade. Baseados, sim, em cláusulas de contratos.
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