sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Somos Mesmo Terceiro Mundo...

Estou postando aqui pela primeira vez e gostei muito de saber que terei a companhia do Vinícius para celebrar as vitórias do Sport Club Corinthians Paulista.

Mas queria iniciar com algo que infelizmente, não será muita novidade ao longo do ano: a situação precária do nosso querido futebol brasileiro, de tantas glórias. Infelizmente, levamos para o futebol os nossos problemas políticos e sociais.

Podemos buscar um exemplo de mudança com o país que justamente criou e organizou o futebol. A Inglaterra entre 1980 a 1990 viveu o apogeu do hooliganismo. Hooligans são um fenômeno de torcedores extremamente agressivos, vindos de diferentes classes sociais, interessados em causar sérios danos físicos aos torcedores adversários. Seus ideais são muito semelhantes aos grupos néo-nazistas. Para piorar, os estádios ingleses eram velhos, estavam sucateados. Em um deles, em Sheffield, 1988, morreram dezenas de torcedores esmagados em uma partida entre os times Nottingham Forest e Liverpool. Era o limite! Uma situação semelhante a que vemos no nosso país.

A diferença é que lá, os ingleses não puseram "panos quentes". Era preciso mudar. Criou-se uma comissão formada por diferentes segmentos da sociedade e elaboraram um plano para melhorar as condições dos torcedores nos jogos de futebol e eliminar a ação dos hooligans. Uma das propostas foi terminar com grades e alambrados, pois eles entenderam que se o torcedor entra no estádio já sendo tratado como animal, ele se comportará como um. Parece lógico. E é. Bom, sabemos como essa história acabou: não há mais casos de hooliganismo nos jogos de futebol por diversas outras ações que somadas, foram eficientes e os ingleses, que tem o campeonato mais ric0 do mundo, assistem seus jogos sem alambrados. Público que consome futebol e que se diverte com a finalidade pela qual pagaram. E voltam para suas casas com segurança. Todos lucram: os times, os torcedores, os jogadores, enfim a sociedade do futebol inglês.

O que aconteceu no último domingo no jogo entre o São Pequeno e o Corinthians era previsto: dezenas de torcedores atendidos nos hospitais e depredações no estádio, inclusive por torcedores tricolores. Até quando continuaremos assim? Algum diretor do São Pequeno assumiu a responsabilidade? Trataram os torcedores adversários como inimigos e vândalos, criaram um "gueto" dentro do seu próprio estádio, cercado por vidros, grades e por um muro estreito. A nossa polícia por sua vez, não tem ações preventivas. O Ministério Público entende que a melhor situação são jogos com uma torcida somente. Enfim, caminhamos para a mesmice, para a cultura dos "panos quentes" e soluções bizarras. Os estádios continuarão com seus banheiros imundos, com sua praça de alimentação pobre, com todas as dificuldades de acesso ao deficiente físico, com suas "jaulas", com o policiamento violento, com a precariedade do transporte público. Os jogos acontecerão em horários excelentes para os interesses comerciais das redes de televisão e horrorosos para o torcedor trabalhador. E o Governo Federal e o Ministério do Esporte continuarão de braços cruzados, incompetentes. Claro, a Copa de 2014 onbrigará a "maquiar" a estrutura do futebol brasileiro, mas sabemos como a situação será depois. Por que não começar a mudar agora?

Como torcedor do Corinthians, quero assistir um espetáculo de qualidade, quero ter acesso fácil ao estádio sem ter que ser "esmagado" dentro do transporte público ou dificuldade em estacionar o carro em locais próprios e seguros para isso. Quero me alimentar com boas opções nutritivas, quero entrar em estádios com amplos corredores que facilitem o fluxo de entrada e saída. Quero sentar em uma cadeira limpa, reservada. Quero usar um banheiro limpo. Resumindo, quero ser tratado com respeito pelo meu próprio time, amparado pelo Governo que deve fiscalizar se meus direitos estão sendo concedidos, e não um Governo conivente com a situação precárias que encontramos. E, claro, me alegrar com os gols do Fenômeno em cima dos nossos fregueses e da italianada palestrina.

Para terminar, recomendo para os que querem entender um pouco mais desse fenômeno social que é o futebol, a leitura do excelente livro "A Dança dos Deuses", escrita pelo historiador Hilário Franco Jr. Uma aula de cultura e conhecimento.

Até a próxima!

Onde assistir?

Segui a vitória celeste, na histórica estréia de Kléber - dois gols e uma expulsão em 15 min - pela internet. O Cruzeiro estreiou bem na Libertadores, como já vinha fazendo nas últimas edições, jogou mal o primeiro tempo, é verdade. Vai ter problemas com o Kléber se este não se aprumar, mas foi uma ótima estreia. Continuamos 100% (não sei até que ponto isso é bom, mas que é bom dizer isso, ah, é!).
Tive que seguir o jogo pela internet porque estava trabalhando. Mas torcer para um time de outro estado, a menos que você tenha canal Pay per View, não é tarefa fácil quando o assunto é assistir aos jogos. O Fernando, como torcerdor colorado, deve saber o que digo.
Fim de semana passado fui ao Teatro Imprensa assistir a peça Dois Irmãos, baseado no livro homônimo de Milton Hatoum, uma boa dica, tanto a peça quanto o livro. Como cheguei cedo, fui dar uma volta pelo entorno e, na rua de trás, me deparo com um simpático bar chamado Toca da Raposa, o nome não poderia ser por acaso e, na mais clássica tradição mineira, ostentava discreto, o símbolo do Cruzeiro. Pensei que ali eu conseguiria ver os jogos do meu time.
Trago então para esta mesa de discussão o seguinte tema "onde é o melhor lugar para assistir aos jogos dos nossos times?"
Santista de nascimento posso sugerir para Dani o Chopp Santista, em Santos, como um bom lugar para os jogos do Peixe. Como cruzeirense, fico com o Cristal Bar, na Cardoso de Almeida, tem telão, um bom chopp, boas porções e o único lugar que assisti um jogo do Cruzeiro! Ainda não fui à Toca da Raposa, na Bela Vista, mas prometo notícias assim que conseguir ir lá em dia de jogo.

abraços
P.